"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.
(Dalai Lama)


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Passagem do Tempo (nossos velhos)



Pais heróis e mães heroínas do lar.

Passamos boa parte da nossa existência cultivando estes estereótipos.


Até que um dia o pai herói começa a passar o tempo todo sentado, resmunga baixinho e puxa uns assuntos sem pé nem cabeça.

A rainha do lar começa a te dificuldade de concluir as frases e dá prá implicar com a empregada.

O que papai e mamãe fizeram para caducar de uma hora para outra?

Envelheceram. Nossos pais envelhecem. Ninguém havia nos preparado para isso.

Um belo dia eles perdem o garbo, ficam mais vulneráveis e adquirem umas manias bobas.

Estão cansados de cuidar dos outros e de servir de exemplo: agora chegou a vez deles serem cuidados e mimados por nós, nem que para isso recorram a uma chantagenzinha emocional.

Têm muita quilometragem rodada e sabem tudo, e o que nãos abem eles inventam.

Não fazem mais planos a longo prazo, agora se dedicam a pequenas aventuras, como comer escondido tudo o que o médico proibiu.

Estão com manchas na pele.

Ficam tristes de repente. Mas não estão caducos: caducos ficam os filhos, que reluta, em aceitar o ciclo da vida.

É complicado aceitar que nossos heróis e heroínas já não estão no controle da situação. Estão frágeis e um pouco esquecidos, têm este direito, mas seguimos exigindo deles a energia de uma usina.

Não admitimos suas fraquezas, seu desânimo.

Ficamos irritados se eles se atrapalham com o celular ou outro equipamento e ainda não temos paciência para ouvir pela milésima vez a mesma história como se acabassem de tê-la vivido.

Em vez de aceitarmos com serenidade o fato de que as pessoas adotam um ritmo mais lento co o passar dos anos, simplesmente ficamos irritados por eles terem traído nossa confiança, a confiança de que seriam indestrutíveis como os super-heróis.

Provocamos discussões inúteis e os enervamos com nossa insistência para que tudo siga como sempre foi.

Essa nossa intolerância só pode ser medo. Medo de perdê-los, e medo de também deixarmos de ser lúcidos e joviais.
Com todas as nossas irritações, só provocamos mais tristeza àqueles que um dia só procuraram nos dar alegria.

Por que não conseguimos ser um pouco do que eles foram para nós? Quantas noites estes heróis e heroínas passaram ao lado de nossa cama, medicando, cuidando e medindo febres...

E nós ficamos irritados quando eles esquecem de tomar seus remédios, e ao brigar com eles, os deixamos chorando, tal qual crianças que fomos um dia.

É uma enrascada essa tal de passagem do tempo.

Nos ensinam a tirar proveito de cada etapa da vida, mas é difícil aceitar as etapas dos outros...
Ainda mais quando os outros são papai e mamãe, nossos alicerces, aqueles para quem sempre podíamos voltar, e que agora estão dando sinais de quem dia irão partir sem nós.

Façamos por eles hoje, o melhor, o máximo que pudermos, para que amanhã quando eles já não estiverem mais aqui conosco...

Possamos lembrar deles com carinho, de seus sorrisos de alegria e não de lágrimas de tristeza que eles tenham derramado por nossa causa.

Afinal, nossos heróis e heroínas de ontem...

Serão nossos heróis e heroínas eternamente....

(Martha Medeiros)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

As estrelas ainda estão lá


Conta-se a história de dois viajantes que, em seus camelos, atravessavam as escaldantes areias do deserto. Lentamente, avançavam pela árida extensão, seguindo as pegadas de uma caravana que os antecedera.
De repente, violenta tempestade de areia começou a varrer a inóspita amplidão. O furioso e inclemente vendaval, quente e sufocante, soprava incontido, revolvendo em um turbilhão frenético a gigantesca massa de areia, a ponto dos desolados viajantes mal poderem avistar os camelos a seu lado. Por fim, cessou a ventania e tudo voltou à calma outra vez.
Ao contemplarem agora o cenário, o panorama havia mudado completamente. Cada monte de areia havia mudado de fora e de lugar. Todo arbusto que antes se via, agora estava desaparecido embaixo da desolada extensão de areia. As poucas e tênues pegadas pelas quais eles se orientavam, tinha, desaparecido totalmente. Um deles, após procurar, em vão, qualquer indício ou sinal que os ajudasse na tomada do rumo, deixou cair os braços em gesto de completo desânimo e, angustiado, falaou:
- Estamos perdidos, estamos completamente perdidos.
O outro nada tinha a dizer. Naquela noite, entretanto, depois que o sol se pôs para além do horizonte ocidental, levantou os olhos para o céu estrelado e disse esperançoso:
- Não, não estamos perdidos. As estrelas ainda estão lá.

Assim se dá conosco. O cenário de nossa vidas transmuta com tanta rapidez que pode deixar-nos perplexos. Aqueles em quem mais confiamos nos podem desencantar. Podemos ceder ao desespero, nos acharmos perdidos, além de toda esperança. Mas ao volvermos os olhos para o céu, para o Criador, ao invés de nos perdermos na enganosa contemplação das cercanias que nos envolvem, podemos perceber que as estrelas continuam lá.
E, então, compreendemos que se o Criador pode semear milhões de estrelas nas amplidões, se pode manter o universo em perfeita ordem, com precisão absoluta, então podemos ficar bem certos de que não será de outra forma que Deus considera as nossas vidas.
Nosso retorno nunca é ao mesmo lugar onde começamos, mas sempre a um lugar mais alto. Ficamos mais sábios e mais ricos. Independentes daquilo que nos atinge.
Não importa a preocupação, a frustração ou o pesar que você levou para a cama ontem à noite... O dia de hoje traz consigo a esperança de uma mudança radical.
Lembre-se, as estrelas continuam lá...


"...O choro pode durar uma noite, 
mas a alegria vem pela manhã."
Salmos 30.5


Abraços e um ótimo final de semana!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Um dia você aprende que...


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança,
e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança;
aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo,
e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida;
aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam;
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas;
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se;
aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou;
aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha;
aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores,
e você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar,
se não fosse o medo de tentar.

William Shakespeare

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Flor de Cerejeira


SAKURA, SIMBOLO DO JAPÃO

A flor da cerejeira, Sakura em japonês é a flor símbolo do Japão. A simbologia é tão intensa que o povo cultua e respeita como a própria bandeira japonesa ou o hino nacional.
A LENDA
Diz a lenda que SAKURA vem da princesa KONOHANA SAKUYA HIME que teria caído do céu nas proximidades do Monte Fuji e teria se transformado nesta bela flor. Acreditam se também que tem sua origem na cultura de arroz. A parte KURA significa deposito onde se guardava arroz, alimento básico dos japoneses considerado dádiva divina.
ORIGEM
Hoje existe catalogado mais de 300 variedades de cerejeiras no Japão. A cerejeira, da família das rosáceas, gênero prunus tem origem na China e Índia e os cruzamentos, melhorias e mutações durante séculos teriam criados estas centenas de variedades. A chegada no Japão consta que é de vários séculos atrás. Consta que já no século VII o imperador SAGA em Kiyoto teria promovido nos jardins do Palácio Imperial o HANAMI (APRECIAÇÃO DAS FLORES).
ASSOCIAÇÃO DAS CEREJEIRAS
No Japão cada cidade qualquer que seja o tamanho há uma associação de cerejeiras onde normalmente o prefeito é o seu presidente. A NIHON SAKURA NO KAI é a Associação das cerejeiras do Japão, como se fosse uma Federação das Cerejeiras onde o presidente é o próprio Presidente da Dieta.
A florada da cerejeira é um acontecimento nacional. Mais de cem milhões de japoneses aguardam o desabrochar da SAKURA com muita ansiedade. Diariamente os meios de comunicação emitem juntamente com o serviço de meteorologia as localidades de floradas. Nesta época o Japão inteiro entra em festividades para apreciar esta flor tão bela e tão fugaz que dura apenas alguns dias.
Nesta época, NIHON SAKURA NO KAI patrocina uma reunião nacional com a presença de grandes números de prefeitos, presidentes das Associações. Esta é o grande acontecimento do Japão, onde são apresentadas também rainhas de cerejeiras de várias cidades japonesas. Alguns países também costumam se representar como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e outros. O Brasil chegou a se representar através da Associação das Cerejeiras do Brasil por sete anos consecutivos com as suas rainhas.
FESTEJOS
No Japão, a primavera é comemorada com muita ênfase por toda a população com seus HANAMI (apreciação das flores) ou piquenique sob a florada. Vários outros paises como Brasil, Estados Unidos e outros também festejam a florada da cerejeira. Um dos maiores eventos é realizado nos Estados Unidos, Washington National Cherry Blossom Festival com seus quase 8.000 cerejeiras onde em 1912 foram plantadas as primeiras 3.000 mudas doadas pelo Governo Japonês em comemoração a amizade entre os dois países.
No Brasil, são realizadas festividades com muita animação atraindo milhares de turistas e admiradores como no Parque do Carmo-SP, Campos do Jordão, Sakura Home, Horto Florestal do Estado, Garça, Piedade, Suzano, Atibaia, Apucarana-PR, Frei Diogo em Santa Catarina.

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Extraído de Flor de Cerejeira

Henfil

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Horóscopo das Flores (de 6/jan a 2/fev)


Campainha Imperial
(6jan - 2/fev)
Com delicadas flores em forma de taça, essa planta se desenvolve muito bem em temperaturas amenas e em lugares ensolarados, além de se adaptar a qualquer tipo de solo. As pessoas nascidas sob o signo de Campainha-Imperial são, a exemplo da flor que as simboliza, extremamente adaptáveis e amantes da luz e do calor. Buscam relacionamentos intensos e têm o dom de transformar os obstáculos em valiosas oportunidades de comprovar o próprio valor e alcançar a vitória. Às vezes, mostram-se distraídas e até meio relapsas, mas esse alheamento nada mais é do que a expressão de uma mente criativa e incansável, eternamente empenhada na busca de novos horizontes. Para transformarem seus sonhos em realidade precisam aprender a ter mais persistência e a agir de forma objetiva.

Próximos meses:

  • Flor de Lótus - (3/fev a 1º/mar)
  • Narciso - (2/mar a 21/mar)
  • Violeta - (22/mar a 20/abr)
  • Hibisco - (24/abr a 10/mai)
  • Esporeira - (11/mai a 31/mai)
  • Flor-de-Maracujá - (1º/jun a 23/jun)
  • Orquídea - (24/jun a 11/jul)
  • Lírio - (12/jul a 5/ago)
  • Papoula - (6/ago a 28/ago)
  • Rosa - (29/ago a 23/set)
  • Crisântemo - (24/set a 18/out)
  • Dedaleira - (19/out a 7/nov)
  • Íris - (8/nov a 12/dez)
  • Mandrágora - (13/dez a 5/jan)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Fanatismo (Florbela Espanca)

Mais uma canção que amo.
Fanatismo, musicada e interpretada por Fagner, é um poema lindíssimo da poetisa portuguesa Florbela Espanca, falecida em Dezembro de 1936, aos 36 anos de idade.

"A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito. A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico.

Poetisa de excessos, cultivou exacerbadamente a paixão, com voz marcadamente feminina (em que alguns críticos encontram dom-joanismo no feminino). A sua poesia, mesmo pecando por vezes por algum convencionalismo, tem suscitado interesse contínuo de leitores e investigadores. É tida como a grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX."



Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”

Texto (trecho) extraído de Jornal de Poesia