"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.
(Dalai Lama)


domingo, 5 de julho de 2009

Gladiadores e Leões

Somos gladiadores ou leões nas arenas de hoje?
É preciso refletir e deixar a vida entrar pela janela

Nas arenas, a mais famosa era o Coliseu de Roma, os gladiadores lutavam entre si, utilizando vários armamentos como, por exemplo, espadas, escudos, redes, tridentes, lanças, etc. Participavam também das lutas montados em cavalos ou usando bigas (carros romanos puxados por cavalos). Muitas vezes estes gladiadores eram colocados na arena para enfrentar feras (leões, onças e outros animais selvagens). O combate entre gladiadores terminava quando um deles morria ou ficava ferido com impossibilidade de continuar a luta.

A luta entre gladiadores fazia parte da política do "pão-e-circo" instituída no Império Romano, cujo objetivo principal era amenizar a revolta dos romanos com os problemas sociais.

O despertador toca novamente e é como se fossemos soltos das jaulas. Tomamos o banho e o café matinal nos preparando para mais uma jornada. Tudo é feito de forma mecânica às pressas. Enfrentamos os ônibus lotados, o trânsito caótico, as buzinas disparando... Pessoas estressadas, sem brilho nos olhos, com todas as preocupações estampadas no rosto...

Gente cada vez mais doente por uma alimentação precária nos fast-foods, "colocando pra dentro" qualquer coisa que dê tempo de absorver; fumando um cigarro após o outro pra "agüentar" a pressão.

O contato humano cada vez mais escasso, afinal hoje se pode mandar um abraço para as pessoas que mais se ama por e-mail ou pelo celular. Ligamos a tv no noticiário, compramos o jornal, acessamos os sites na Internet as notícias sempre as mesmas quem morreu dessa vez? Qual bomba foi lançada? Que guerra começou? Um novo flagrante de pedofilia. Fome em diversos países.

Ah, mas que bom que no meio disso tudo tem o futebol pra nos entreter e nos divertir! Ufa... Será mesmo? Mais uma vez a política pão-e-circo se repete e todos nós talvez estejamos numa grande arena assistindo e aplaudindo as mesmas cenas de épocas atrás.

Somos leões loucos e famintos de coisas que nem sabemos o que? Ou gladiadores lutando e nos defendendo para continuarmos vivos?

Quantas vezes agimos ainda em nosso estado mais primitivo, negando tudo o que a nossa alma nos pede?

No fim do dia, quantas vezes somos corpos entregues à cama sem força, sem prazer e sem energia?

Precisamos ter coragem de ver o que estamos fazendo conosco e para onde estamos indo.

Observarmos as prioridades de nossa vida, se estamos dando atenção a elas, se estamos negando a nós mesmos, com a desculpa de estarmos cuidando de outros.

Estamos nos escondendo atrás dos problemas que nós mesmos criamos? Acreditamos verdadeiramente que somos capazes de realizar mudanças?

É preciso observar se estamos sabotando tantas oportunidades de expandir nossas emoções. Se estamos nos permitindo sentir a vida.

Precisamos ter coragem de sair das arenas e ver novas paisagens:

Experimentar calor humano;

Largar o telefone, o computador e nossas zonas de conforto para irmos abraçar alguém que amamos;

Olhar cada um nos olhos para marcar o espírito das pessoas com nossa presença de luz; Afagar e ser afagado;

Vivenciar o quanto realmente não podemos viver numa ilha, pois precisamos uns dos outros; Perceber que a gratidão é o melhor caminho para a felicidade.

E que saibamos ofertar ao outro tudo aquilo de que verdadeiramente nos alimentamos. Nem pão, nem circo, mas as coisas que fazem a vida sim, valer a pena!

Que pratiquemos ver, sentir, ouvir e respirar a essência de todas as coisas!


Extraído de MINHA VIDA

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