"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.
(Dalai Lama)


terça-feira, 22 de julho de 2008

Sol da Meia Noite

No Alasca é possível ver os dois fenômenos – mas não na mesma época. Para a aurora boreal poder ser vista é preciso estar escuro, o que não ocorre agora, durante o verão. Mas o Sol da meia-noite, este sim, é visto de perto. Todos os dias.

Esse fenômeno acontece em locais que estão acima do Círculo Polar Ártico, que é a linha que marca o ponto extremo do “dia polar” e da “noite polar”. Se o planeta não tivesse montanhas, seria bem em cima dessa linha que o Sol encostaria, sem se pôr, no dia 21 de junho, solstício de verão no Hemisfério Norte (no Brasil, a data marca o início do inverno). O Sol da meia-noite também acontece no pólo Sul, na região abaixo do Círculo Polar Antártico, a partir do dia 21 de dezembro.

Isso acontece porque a Terra é um pouco inclinada em relação ao Sol. Durante o verão no hemisfério Norte, o pólo fica apontado para o Sol enquanto o hemisfério Sul enfrenta seus meses de escuridão. Seis meses depois, a coisa se inverte.
Passar tanto tempo sem ver a noite é uma experiência esquisita. O corpo demora a aceitar e o seu relógio biológico fica meio amalucado. É preciso confiar nos ponteiros dos relógios para saber a hora de ir para cama. A sensação é estranha. Você sabe que é hora de dormir, mas seu corpo sente como se fosse manhã de novo.


Quem mora na região já se acostumou. Mas os recém-chegados e turistas sofrem um pouco. Para dormir, valem todos os truques. Há quem tape as janelas com cortinas espessas, lençóis ou o que tiver pelo. Um acessório bastante comum é aquela máscara para dormir, que muita gente usa em aviões. Outra saída, principalmente para quem está acampando, é se fechar no saco de dormir. No começo, no entanto, quase tudo parece ineficaz. As primeiras noites são bem difíceis. E, lógico, pessoas que têm tendência a insônia sofrem mais.
Para os moradores locais, no entanto, é mais tranqüilo. O dia eterno é uma desculpa para esticar tanto o trabalho quanto o lazer. Nas cidades, com a ausência de escuridão, nada impede quem quer dar um passeio com o cachorro, exercitar-se ou simplesmente dar uma voltinha tarde da noite.
O fenômeno inverso, a noite de 24 horas, é um pouco mais duro de agüentar – principalmente porque vem acompanhado do frio intenso. Um soldado da Força Aérea americana que trabalha em uma base no Alasca mostrou um vídeo no celular feito por colegas durante a noite eterna do Ártico. Ele segura um copo com água. Joga para cima e o líquido congela instantaneamente.
Marie Gilbert, assessora de imprensa da Universidade do Alasca em Fairbanks, conta que o ponto de encontro no inverno é o supermercado. Sempre que é possível, todo mundo corre para lá para comprar comida suficiente caso a neve impeça que as pessoas saiam de casa por um certo tempo. Carros ficam na garagem e todo mundo vai trabalhar de esqui ou de trenó. E para evitar a depressão que se espera de pessoas que vivem tanto tempo sem luz, a cidade organiza eventos esportivos de inverno para manter todo mundo animado – e um pouco mais aquecido.

Extraído de G1

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